Viajando com os amigos...

Nem sempre viajar com amigos é uma boa idéia. Para ser sincera, nem tenho tanta experiência assim. Lembro de muitas viagens com minha irmã e sobrinhos, básicamente quando eram menores. Lembro também de viagens curtas com amigos, dessas para o sitio, em que passamos quase o dia todo jogando tranca. Ai meu Deus, acabei de lembrar de uma viagem com um casal amigo, minha irmã, e familia, e minha mãe...deu o que falar, quase resulta em separação. Muitos de meus amigos se recordam da história, a da casquinha de siri...pena não poder relatar aqui, só posso contar pessoalmente. Enfim, voltando ao assunto, eu praticamente me inseri na viagem dos dois, Flavio, e Claudinei.São meus amigos de Sala São Paulo. Nos encontramos várias vezes durante a semana, sempre para assistirmos aos concertos. Esse é nosso maior ponto de convergência, somos apreciadores de música clássica. Com o passar do tempo, descobrimos outras afinidades, tais como apreciadores de restaurantes, da boa mesa, do bom vinho. Poderia não dar certo essa viagem? Todas as noites um maravilhoso concerto, e o dia todo para comer, beber, flanar...O Claudinei é um tipo reservado, mas de uma docilidade impar, e na mesma proporção possui o dom do sarcasmo, deve ser a harmonia entre o yin e yang da filosofia chinesa. Ele fala tão baixinho, e eu que sou meio surda perco muito dessa filosofia...foi pau para toda obra, do café da manhã, até a entrega aos braços de Orfeu, estavamos sempre juntos. O outro, o Flavio, tem um porte de rei, alto, moreno, educado, sabe se relacionar muito bem com as pessoas. Eu, e o Flavio as vezes davamos uma "viajada", assim como eu, ele é um pouco sonhador. Ele se diz uma pessoa dificil, e que jurou para si mesmo que não brigaria com ninguém nessa viagem, e de fato seu objetivo foi atingido. No final da viagem nos despedimos já com muita saudade, e com planos para outras viagens.

Chegada em Leipzig!!!

Chegamos!!!!uhuhuh!!!!um friozinho delicioso, e a certeza de muitas coisas boas por acontecer. Do aeroporto pegamos um trem para a estação central de Leipzig, a Hautbahnhof Leipzig, ou Leipzig Hbf. Um deslumbre! Estavamos diante da maior estação Ferroviaria da Europa. Ela tem altos arcos de pedra, uma fachada de 293metros, e em 1992 ela foi utilizada como cenario para o filme Uma Luz na Escuridão. Lógico que eu não sabia nada sobre a estação, mas impossivel não notar sua beleza, e magnitude. Como fizemos algumas pequenas viagens pela Alemanha, tivemos algumas oportunidades de curti-la. Falar da limpeza, acho lugar comum. A Alemanha é assim: LIMPA!, e claro, mesmo com 150.000 passageiros por dia, a Hbf era um brinco. Lá fomos nós para o nosso pequeno hotel, Ibis Centrum, pertinho da estação, pertinho da Gewandhaus, da opera de Leipzig, do parque...nosso lar nos proximos 14 dias...

Retrospectiva da viagem a Leipzig...

Vou tentar lembrar de alguns detalhes...em principio eu ia com Flavio, e Claudinei assistir ao Festival Mahler. O Fabio pagou os ingressos, e estavamos pesquisando as passagens quando comecei a não me sentir bem com a idéia de ir sem meu marido. Confesso que tive que argumentar muito....com o Fabio é sempre assim. O que ele tem de generosidade, afabilidade, ele possui o dobro em teimosia. Chega a ser cansativo convence-lo de algo, quase uma Missão Impossivel...enfim embarcamos no dia 15 de maio para Leipzig, com planos de viagem para depois do festival. Esse foi um dos problemas, os planos ficaram muito jogados no ar...sempre que tentavamos estabelecer algum roteiro, acabava em briga...até a compra de guias de viagem foi extremamente desgastante. Ah, os guias....o da Italia não serviu para absolutamente nada, pois era um guia com roteiros para viagens de carro , como não alugamos carro, nos deslocavamos de trem, tornou-se inútil. As cidades italianas que visitei não constavam do guia. Dá para acreditar que não tinha Bologna, nem Milão? Mas o tempo todo a gente lembrava do guia, era pesado prá caramba...o Fabio vivia querendo enfiar o dito cujo na minha mala. Terei um capitulo especial sobre malas. Faço questão de falar do assunto.
Quando se aproximava o dia da partida, eu fui ficando triste, e pensava que tinha "arrumado para a cabeça". Me bateu um arrependimento, pensava no dinheiro que iriamos gastar, que talvez eu estivesse sendo muito superflua, que estava deixando a Ju, minha rotina, etc..., etc...uma agonia....Graças a Deus durou pouco. Não vou dizer que não me estresso no voo, mas particularmente este foi muito agradável. Viajamos com a TAM, ela faz parte do nosso programa de fidelidade. Como disse uma outra passageira deste voo, "como se estivessemos em casa"...verdade, me senti dessa forma, são muito mais atenciosos que as companhias americanas, sem contar que não preciso ficar atenta aos informes em ingles. Amei!!!!E assim, sem quase nada de turbulências chegamos a Frankfurt, e dali a Leipzig....

Centenário da morte de Gustav Mahler

Foi antes da Sophia nascer....estavamos jantando no Pomodori, eu, Fabio, Claudinei, Vania, Flavio, Alexandre, quando Claudinei comentou que havia comprado os ingressos para o festival de Mahler, em Leipzig, na Alemanha. Lembro que o Ale falou muito para eu ir, acendeu uma esperança em mim naquela noite...nunca havia pensado numa coisa dessas. Passar 15 dias numa cidade da ex Alemanha Oriental ouvindo musica. Pois foi a melhor viagem que já fiz em minha vida. Um sonho! Aliás, foram 2 sonhos, não posso esquecer por um segundo sequer o nascimento da Sophia. Nei comprou meus 15 tickets para o concerto, com as melhors orquestras do mundo, e em meio a fraldas, chorinho, recuperação da Isa, eu ia sonhando com Leipzig. Muita coisa para falar. Acho que vai render uns 30 posts. Vamos ver se consigo colocar as fotos.

Eu, e Tchaikovsky!!!!

Tem coisas que só conseguimos viver, em sua total plenitude, a partir de uma certa idade. Fico pensando em que momento da minha vida eu me apaixonei por música clássica. Em casa não era comum ouvirmos tal estilo. Meu pai tinha uma radio-vitrola, um móvel grande, tratado quase como se fosse um templo, e completamente proibido para nós(eu, e meus irmãos), o que não significa que não mexiamos...meu Deus, e como mexiamos. Na radio-vitrola, nas laterais, haviam duas portinhas onde eram guardados os preciosos discos. Eram fabricados com goma-laca, as famosas bolachas, de cor negra,78 rpm (rotações por minuto) e muito, muito frágeis. Não havia uma única vez em que pegavamos os discos para ouvir, que um não se quebrasse, e lá se iam os Gardéis, Nelson (Gonçalves), Orlando (Silva), para tristeza, e fúria do meu pai. Como hoje eu o entendo! Caramba, por que não obedeciamos ao nosso pai? Acho que a resposta não é dificil, imagino que eramos como todas as crianças muito curiosos, e que o proibido realmente desperta muito interesse. Lembrei agora! Ele quase nos matou quando descobriu que a gravação de Tico, Tico no Fubá, não lembro com quem, estava literalmente em cacos. Fora a Madame Vitrola do meu pai, tinhamos tres rádios. Um na cabeceira da cama dos meus pais, claro que ao lado do Waldemar, outro na cabeceira da minha avó, e o comunitário na cozinha. Vovó gostava de música sertaneja, Tonico e Tinoco era sua dupla preferida, ela amava também Orlando Silva. Meus pais ouviam logo cêdo na cama as noticias do mundo, que chegavam com um pouco de atraso, era bastante diferente dos dias atuais. O programa matutino era com o Vicente Leporace na radio Bandeirantes (PRH-9), O Trabuco. Eu o achava bastante bravo... o programa defendia o interesse dos pobres e oprimidos, e portanto, meus pais identificavam-se bastante. Quando não era noticia, era futebol. Acho que minha mãe era mais interessada, e fanatica que meu pai. Ela tornou-se corinthiana por amor, amor ao meu pai, pois nessa época era comum as mulheres assumirem o gosto, e opiniões dos maridos. Quem diria...ela seria capaz de lutar, e morrer pelo Timão. Acho até que ela partiu sem ve-lo campeão, preciso pesquisar...Voltando a musica clássica, realmente não ouviamos nem pelo rádio, nem tinhamos um disco se quer, mas, outra noite na minha querida Sala S. Paulo, com a sinfonica da USP, ouço o concerto n.1 para piano, e orquestra de Tchaikovsky, e para minha surpresa, após os primeiros acordes, sou invadida por lembranças de minha infância. Minha mãe nos colocava para dormir após o almoço, talvez eu tivesse uns 4, 5, ou 6 anos, e ela deitava-se junto e ligava na Rádio São Paulo, que transmitia rádinovelas, aliás ficou conhecida como a emissora das novelas (dei um google). Foi deitadinha na cama, ouvindo a novela, que ouvi o concerto de Tchaicovsky, era a música tema do inicio de alguma novela. Portanto, esse talvez seja o inicio, o start, o marco principal do inicio da minha paixão...preciso agora relembrar os momentos seguintes, de como fui parar nos concertos matinais do teatro Municipal...Essa já é uma outra historia, que fica para uma outra vez, rsrsrsrs...

Edna...o retorno!

Inspirada pela Isa que acaba de iniciar um blog, resolvi retornar. Nossa, a última vez que postei, falei sobre a nova gravidez da Isadora. Pois é, a bebe já está com 6 meses, e já ganhou um dentinho! Que ano complicado. Tudo parecia que ia ser tão maravilhoso, e no entanto....O pior aconteceu no 4 de maio com a noticia de uma queda do meu pai, no jardim de sua casa. Nem preciso relatar todo o desgaste fisico, e emocional deste fato, que culminou 4 meses depois no falecimento dele, o Waldemar, o inspirador do titulo do meu blog. Foi tudo muito intenso. Ficamos extremamente próximos, literalmente juntos, pois tinhamos que segurar sua mão para que não arrancasse a sonda de alimentação, e desta forma evitavamos que o amarrassem a cama, ou como os enfermeiros diziam, elegantemente, restringi-lo.Foram momentos tristes, tensos, reflexivos de despedida. O pior de tudo é que não pude estar presente na hora derradeira. Ficou um vazio, ficou faltando...agora está passando. A lembrança dele é ainda muito forte, e espero que continue assim, até o fim dos meus dias. Os pais são nossas primeiras, e principais referências. Waldemar fofo, Valdinho lindo...

Ai Que Saudade!!!!!

Quanto tempo que não escrevo....e olha, assunto não faltou. Assuntos, vários. O tempo que é complicado. A Isa, e familia estiveram aqui em casa. Mais precisamente , eles viajaram na grande data festiva dos americanos, o Thanksgiving. Meu genro ficou sem peru, rsrs. Ai que alegria!!!!Não dava para acreditar que o coisa fofa estava no Brasil, conosco. Eu achei o Nico tão grande, tão lindo. Ai foi só alegria. Uma agenda extensa, e festiva. Batisado, aniversário de 1 ano, Natal, Ano Novo, Carnaval, viagens a praia, visitas, playground, etc...Ufah! foi muita coisa. Nossa vida mudou radicalmente. Eram fraldas, mamadeiras, brinquedos, papinhas. Fizemos de tudo para pouparmos nossa filha desses trabalhos, e com isso, podermos curtir, como verdadeiros avós nosso neto. No meio de tudo isso, a Isa nos presenteia novamente com a noticia de outro neto. Nem preciso dizer o quanto estamos radiantes só de imaginar outro baby em nossas vidas. Proximamente falarei da personalidade do Nico, pois, isto merece um capitulo especial. Hoje é sexta-feira, dia de OSESP, meu programa preferido...e como dizem os americanos "That is it